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Colocada: 29 Jan 2007 10:07 Assunto: Microsoft tenta pagar para editar Wikipedia |
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Citação: | Microsoft tenta pagar para editar Wikipedia
Empresa quis corrigir "imperfeições" em artigos técnicos sobre padrões de documentos.
Enciclopédia livre condenou o pagamento para edição de artigos.
A Wikipedia, enciclopédia livre feita pelos internautas, teve sua estrutura estremecida nesta semana. Na terça-feira (23), foi divulgado que a Microsoft ofereceu dinheiro a um usuário para que ele modificasse artigos técnicos no site. O internauta chegou a negociar com a gigante dos softwares, o acordo não foi fechado.
Segundo a agência de notícias Associated Press, a empresa reconheceu ter procurado um usuário e oferecido pagamento para que ele corrigisse imperfeições nos artigos da Wikipedia sobre os padrões de documento de código aberto -- esse formato adotado pelo sistema operacional Linux é rival da Microsoft.
"Nós ficamos decepcionados ao ouvir que a Microsoft estava pensando nessa abordagem", disse Jimmy Wales, fundador da Wikipedia. A porta-voz da Microsoft, Catherine Brooker, acredita que os artigos foram escritos principalmente por funcionários da IBM, empresa que apóia o padrão de código aberto. A IBM não comentou o assunto.
Brooker disse achar que não obteria resultados caso tentasse mostrar os erros para os editores da enciclopédia. Deste modo, a empresa pensou em um especialista independente que pudesse determinar o local em que as mudanças eram necessárias, para depois realizá-las. Segundo ela, a empresa acredita que ter uma fonte independente pode ser a chave para concretizar as mudanças -- ou seja, não tê-las rejeitadas pelos outros escritores do site.
O autor contratado, Rick Jelliffe, diretor de tecnologia de uma companhia de computação baseada na Austrália, não comentou o caso. Em seu blog, ele se disse surpreso pelo contato da Microsoft e afirmou que não é partidário da empresa. Porém, confirmou que provavelmente aceitaria a oferta por considerar importante ter certeza de que os processos dos padrões técnicos estão bem explicados.
A porta-voz da Microsoft afirmou que as partes envolvidas no negócio não tinham determinado um preço e que "dinheiro não trocou de mãos". No entanto, afirmou Broker, eles combinaram que a companhia não leria a correção do artigo antes de o texto entrar no ar.
Wales criticou a abordagem da Microsoft, afirmando que a empresa poderia ter escrito sobre o assunto em um site externo e adicioná-lo nos fóruns de discussão da Wikipedia. "Deste modo, me parece muito melhor, transparente e mais correto", disse. |
http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL2201-6174-5678,00.html
Citação: | Empresa cobrava por verbetes na Wikipedia
Muitos internautas ficaram surpresos ao descobrir que a Microsoft tentou pagar um especialista em informática para que ele “corrigisse” verbetes na enciclopédia on-line Wikipedia, site alimentado e editado por seus próprios usuários. Apesar de polêmica, a prática não é inédita: a empresa MyWikiBiz, inaugurada no ano passado, cobrava de US$ 49 a US$ 99 para criar posts de empresas nesse site colaborativo. O responsável pela companhia afirma que não oferece mais esse serviço.
Foto: AP
Gregory Kohs, diretor da empresa MyWikiBiz
Após uma batalha com a Wikipedia -- que bloqueou o acesso dos funcionários da companhia ao site --, a MyWikiBiz passou a prestar serviço para clientes interessados em outras páginas de formato wiki, que também permitem inserção de conteúdo.
Essa prática coloca em xeque a credibilidade da Wikipedia, que é vista por seus usuários como uma página neutra. Como as informações podem ser facilmente editadas, é natural que abordem diversos pontos de vista em relação a um determinado tópico. No entanto, se uma empresa paga para divulgar informações, é muito provável que elas sejam tendenciosas.
Gregory Kohs, diretor da MyWikiBiz, afirma que o universo corporativo estava “sub-representado” na enciclopédia on-line. “É muito estranho que um personagem de menor importância do [desenho animado] Pokemon tenha um artigo de 1.200 palavras, mas uma empresa que aparece entre as melhores 500 da [revista] Fortune tenha apenas cem palavras”, compara.
O executivo afirma que sua empresa se compromete a criar nos sites colaborativos apenas informações legítimas -- “neutras e apenas de empresas de médio porte”. Rick Jelliffe, o especialista em tecnologia que “corrigiria” informações para a Microsoft (clique aqui para ver o verbete sobre Jelliffe), usou um discurso ético parecido. A porta voz da gigante dos softwares afirmou que a companhia não leria a correção do artigo antes de o texto entrar no ar.
Segundo Kohs, ele inseriu informações para dez clientes diferentes na Wikipedia nos últimos meses, mas não divulga quem são eles.
Em entrevista à agência de notícias Associated Press, Kohs afirmou que sua conta na Wikipedia foi bloqueada no ano passado, pouco depois de ele divulgar um comunicado à imprensa detalhando as atividades da empresa. Ele também disse ter recebido uma ligação de Jimmy Wales, fundador da Wikipedia, que acusou sua atividade de “antiética para a missão da enciclopédia”.
Microsoft
Em relação ao caso da Microsoft, Wales declarou: "nós ficamos decepcionados ao ouvir que a Microsoft estava pensando nessa abordagem. Para ele, a companhia poderia ter escrito sobre o assunto em um site externo e adicioná-lo nos fóruns de discussão. "Deste modo, me parece muito melhor, transparente e mais correto", disse.
A Microsoft ofereceu dinheiro para que Jelliffe modificasse artigos técnicos no site. O internauta chegou a negociar com a gigante dos softwares, mas o acordo não foi fechado. A porta-voz Catherine Brooker disse acreditar que os artigos que deveriam ser modificados foram escritos principalmente por funcionários da IBM, empresa que apóia softwares de código aberto -- esse é o formato rival dos produtos da Microsoft.
Brooker disse achar que não obteria resultados caso tentasse mostrar os erros para os editores da enciclopédia. Deste modo, a empresa pensou em um especialista independente que pudesse determinar o local em que as mudanças eram necessárias, para depois realizá-las. Segundo ela, a empresa acredita que ter uma fonte independente pode ser a chave para concretizar as mudanças -- ou seja, não tê-las rejeitadas pelos outros escritores do site.
Em seu blog, Jelliffe se disse surpreso pelo contato da Microsoft e afirmou que não é partidário da empresa. Porém, confirmou que provavelmente aceitaria a oferta por considerar importante ter certeza de que os processos dos padrões técnicos estão bem explicados. A porta-voz da Microsoft afirmou que as partes envolvidas no negócio não tinham determinado um preço e que "dinheiro não trocou de mãos". |
http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL2353-6174,00.html _________________
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